quarta-feira, 6 de julho de 2022

 Em construção

VIAGEM CIRCUM-NAVEGAÇÃO

1519 - 1522

 


 


Em 1505, Fernão de Magalhães embarcou para a Índia na armada do Vice-Rei D. Francisco de Almeida. Permaneceu no Oriente ao longo de oito anos (Goa, Cochim e Quíloa), o que lhe permitiu recolher informações privilegiadas sobre os lugares produtores de especiarias.

De regresso a Lisboa, em 1513 participou na tomada de Azamor. Foi acusado de irregularidades na repartição de despojos em consequência disso D. Manuel recusou dar-lhe a recompensa a que se sentia com direito.

Com a experiência náutica e conhecimentos astronómicos e geográficos que tinha começou a imaginar que navegando para Ocidente poderia encontrar passagem para o Pacífico através do Atlântico Sul. Tinha o apoio do cosmógrafo português Rui Faleiro e irmão Francisco Faleiro.

Em 1517 apresenta, em Sevilha, esse projecto ao Rei Espanhol, Dom Carlos I.

Conseguida a aprovação, o rei espanhol dá-lhe o comando da expedição.


JUAN SEBASTIÁN ELCANO

 

Juan Sebastián Elcano foi um navegador e explorador Espanhol.

Completou a primeira circum-navegação do mundo, planeada e iniciada por Fernão de Magalhães.

Elcano assumiu o comando após a morte de Magalhães em 1521 nas Filipinas e comandou a nau Victoria, o único navio a retornar a Espanha após dar a volta ao mundo.

Em 1525 partiu para a segunda volta ao mundo liderada por Loaísa, enviado para reclamar as Molucas para o rei Carlos I da Espanha, vindo a morrer de escorbuto. no Oceano Pacífico.

 



No dia 10 de Agosto de 1519, uma esquadra de cinco navios:

San António, Concepcion, Victoria, Santiago e Trinidad (Capitânia)

com cerca de 250 homens, onde se incluíam 40 portugueses, levantou ferro de Sevilha a 20 de Setembro e zarpou de Sanlúcar de Barrameda, na Andaluzia,  fez-se ao Atlântico à procura de uma passagem a ocidente os levassem às Molucas o caminho das especiarias navegando sempre parta ocidente que a rota do Atlântico/Índico o grande navegador português já conhecia muito bem, mas agora ao serviço da Espanha não podia utilizar conforme o acordo celebrado no Tratado de Tordesilhas entre D. Manuel e os Reis Católicos em 1494.que definia os hemisférios de influência portuguesa e espanhola.


No comando da expedição e da nau Trinidad estava o Capitão-Mor português Fernão de Magalhães, não ao serviço do Rei de Portugal, D. Manuel I mas do monarca Espanhol, D. Carlos I.

O grande objectivo era chegar às Molucas (Ilhas das Especiarias) sem contornar a África mas navegando sempre para Ocidente de modo a resolver o problema criado pelo Tratado de Tordesilhas que impedia os castelhanos de chegar à Índia navegando pelo Cabo da Boa Esperança.

Planisfério de Pero Fernandes - 1502  Meridiano de Tordesilhas, a azul

“O Tratado de Tordesilhas, tratado de maior impacto mundial até aos dias de hoje, nunca houve nada assim tão global e que permitiu a Portugal o exclusivo da zona mais desejada, a região das especiarias e afins, durante 100 anos”.

Essa conquista portuguesa está relacionada com o “muito mais avançado conhecimento dos mares, da Geografia, da Cosmografia, da Cartografia, regime dos ventos e correntes marítimas, por parte dos portugueses” em relação aos espanhóis e aos outros povos europeus da época.

Tratado de Tordesilhas 1494 -  D. Manuel I (Portugal) e Reis Católicos (Espanha)

A VIAGEM...

Diário de Bordo

CAPITÃO DA ARMADA

Fernão de Magalhães

 MONARCAS

Portugal - D. Manuel I
Espanha - D.. Carlos I, futuro Carlos V, Imperador do Sacro Império Romano-Germânico.(*).
Viagem ao serviço de Espanha, Rei Carlos I 

Magalhães (Porto 1480-1521) planeou e comandou a VIAGEM, morreu nas Filipinas (1521) num recontro com o chefe de uma tribo.

Sebastião Elcano (1476-1526) comandou o regresso em 1522. (Timor, Sanlucar)

 PORTO DE SAÍDA

Sevilha 10 de Agosto de 1519.
Sanlucar de Barrameda 20 Setembro de 1519

 NAUS da ARMADA

TRINIDAD capitão Fernão de Magalhães  -  Piloto Estêvão Gomes
SANTO ANTONIO (**) Capitão Juan de Cartagena - Piloto Juan Rodriguez Mafra
VICTORIA (***)  - Capitão Luiz de Mendonza  -  Piloto Vasco Galego
CONCEPCIÓN  - Capitão Gaspar de Quesada  - João Lopes Carvalho (português)
SANTIAGO  - Capitão Juan Serrano  -  Piloto Juan Serrano (****)
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(*) Carlos V (Carlos I de Espanha) Imperador do Sacro-Império Românico-Germânico em 1527 casa com a Princesa Isabel de Portugal, filha do rei Manuel I, de Portugal e de sua esposa Maria de Aragão e Castela (Lisboa, 24 de outubro de 1503 – Toledo, 1 de Maio de 1539) e nasce Filipe que será o futuro rei de Espanha e Portugal Filipe II e I, respectivamente. 
A princesa Isabel foi esposa de Carlos V e Rainha Consorte da Espanha de 1526 até sua morte e também Imperatriz Consorte do Sacro Império Romano-Germânico a partir de 1530.
(**) A nau de Santo Antonio, comandada por Juan de Cartagena (homem arrogante e acérrimo inimigo de Magalhães), em 8 Novembro de 1520, rebelou-se. Julgado e condenado o comando foi entregue a Antonio de Coca e posteriormente a Álvaro de Mesquita. Já com o Pacífico à vista desertou e com os seus 55 tripulantes regressaram a  Sevilha onde chegaram, sem honra nem glória, a 6 de Maio de 1520.
(***) A nau Victoria foi a única a fazer toda a viagem. Era um navio biscainho de 85 toneis.
(****) A nau Santigo, em 3 de Maio de 1520 afunda-se

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CARTÓGRAFOS

Portugueses, os irmãos Faleiro. Rui e Francisco Faleiro, ambos profundos conhecedores nas ciências de navegação (Lideres científicos do planeamento da viagem mas que não chegaram a embarcar por doença) 

TRIPULNTES ENVOLVIDOS

240 - 236 embarcados em Sanlucar de Barrameda e mais 4 entrados em Tenerife.
Sendo seguramente 34 portugueses (talvez 40); Italianos 26; Franceses 19; Gregos 9; Flamengos 5;Alemães 4; Irlandeses 2 e Ingleses 1.(Há relatos que apontam  270 tripulantes)
Foi a expedição mais longa e mais dramática dos Descobrimentos. 

PORTUGUESES QUE COMPLETARAM A VIAGEM

Álvaro Mesquita, Estremoz, da nau Trinidad  depois de 16-12-1519 Capitão da nau Santo Antonio.
António da Costa da nau Santiago, Escrivão
António Fernandes, da nau Santo António, um dos regressou depois do motim.
Estêvão Gomes, da nau Santo António, regressou depois do motim.
Francisco Rodrigues, nau Concepcion depois da nau Victoria, Marinheiro.
Gaspar Dias da Graciosa, da nau Santiago depois Santo Antonio e a seguir Victoria, despenseiro.
Gonçalo Fernandes, nau Concepcion depois Trinidad (ficou na Ilha de Borneu em 29-07-1521). 

CRONISTA da EXPEDIÇÃO

Antônio Pigafetta, italiano. (cujo estatuto não era fazer parte da tripulação mas relatar a viagem) (Livro “Relazione del Primo Viaggio Intorno Al Mondo publicado em Paris por volta de 1524 e oferecido a Dom Carlos I

 TEMPO GASTO

A Viagem de Circum-navegação teve a duração de 3 anos e 14 dias

 

   

A Armada nas águas e terras geladas do Estreito Magalhães


 DIÁRIO DE BORDO

VIAGEM de CIRCUM-NAVEGAÇÃO

FITA do TEMPO

 1ª Sevilha - Sanlucar de Barrameda (10-8 a 12-8-1519)

2ª Sanlucar de Barrameda - Tenerife (20- 26 Setembro 1519)

3ª Tenerife - Travessia do Atlântico rumo ao Brasil (3 Outubro a 20 Novembro 1519)

(Em finais de Outubro Juan de Cartagena foi preso)

4ª Nordeste do Brasil - Rio de Janeiro (20 a 13 Novembro 2019)

5ª Rio de Janeiro - Rio da Prata (27 Novembro a 10 Janeiro 1520)

6ª Rio da Prata - Puerto de San Julian (paragem da Armada (Invernada) até 24 Agost0 de 1520

Em porto de San Julian a Armada ficaria ali ancorada  durante quase 5 meses devido ao frio e aos mares gelados do Sul.

A paragem foi aproveitada para pôr os navios em seco e se proceder às necessárias reparações e manutenções.

Mas no acampamento montado nem tudo corria bem.

Os capitães das naus: Santo António, Concepcion e Victoria rebelaram-se contra o Capitão-Mor alegadamente por Fernão de Magalhães não indicar a rota que os capitães e pilotos deveriam seguir.

As desconsiderações repetiram-se e Fernão de Magalhães com mão de ferro vai pôr termo ao motim.

 San Juan - Baia escolhida para invernar, A paragem durou 4 meses e 24 dias.

Em 3 de Maio de 1520 Naufrágio da Nau Santiago. Comandante Juan Serrano com 37 tripulantes conseguiram salvar-se todos excepto um.

8 Novembro de 1520 a nau Santo António aproveitou uma exploração numa ramificação do Estreito, escondeu-se no canal e desertou sob ordens de Estêvão Gomes que aprisionou o comandante Álvaro de Mesquita e regressou a Espanha.

A partir daqui a Armada ficou reduzida a 3 navios.

APONTAMENTO

21 de Outubro de 1520, mais de 1 ano depois da largada de Sevilha.

Estreito de Magalhães passagem do Atlântico para o Pacífico pelo Sul do Novo Continente com cerca de 800 Km, 510 milhas Náuticas que Magalhães fez em 38 dias com registo de coordenadas, mapas e até atribuição de nomes e abriu a porta para a Antártida e  Pacífico. 

Histórico:

4 ALMIRANTES: (todos PORTUGUESES)

Bartolomeu Dias -  Cabo da Boa Esperança (1487)

Vasco da Gama  -  Caminho Marítimo para a Índia (1498)

Cristóvão Colombo - América (1492)

Fernão de Magalhães - Viagem de Circum-Navegação (1521)

 

5 MONARCAS

SÉCULO XV  -  D. João II e Reis Católicos

SÉCULO XVI   D. Manuel I e Carlos I

 

Passagem do Equador
Filipinas
Morte de Fernando Magalhães em combate em Cebu Filipinas
Nau Concepcion incendiada  por falta de tripulantes.
Armada reduzida 2 naus: Trinidad e Victoria
A nau Trinidad, inicialmente comandada por Magalhães, depois por Duarte Barbosa e Gonzalo Gomes de Espinoza e que foi a nau capitânia, isto é, o Navio Almirante procurou regressar pelo Pacífico mas perante as muitas dificuldades regressa às Molucas onde foi abordada e queimada pelos portugueses.
Armada reduzida a uma nau  - Victoria
Juan Sebastian Elcano; capitão da nau Victoria assume o comando e prepara o regresso à Península.


25 Janeiro 1522  A nau Victoria chega a Timor.

8 Fevereiro A nau Victoria deixa Timor.

19 de Maio 1522—A nau Victoria passa o Cabo da Boa Esperança, a 9 de Julho chega à Ilha de Santiago

Em 14 de Julho os portugueses prendem, em Cabo Verde, 12 tripulantes da nau Victoria e a 4 Agosto ruma aos Açores para em 6 de Setembro chegar a Sanlucar de Barrameda com 18 sobreviventes depois de navegar cerca de 7 meses com uma única escala, Ilha de Santiago Cabo Verde para abastecimento de água e alimentos tudo  no maior segredo tendo em conta as disposições do Tratado de Tordesilhas. Mentiram, dizendo que vinham da América, mas descobertos, os portugueses capturaram 12 tripulantes.

Conduzidos para Lisboa foram libertados ao fim de algumas semanas.

Nota Quatro anos depois Sebastian Elcano também vai morrer nos mares do Oriente no ano de 1526

A Armada de Fernão de Magalhães à saída de Sanlucar de Barrameda

 INSTRUMENTOS DE BORDO

Nas listas de bordo, são mencionados 21 quadrantes em madeira, 6 astrolábios em metal, 1 em madeira, 35 bússolas e 18 ampulhetas.
As ampulhetas mediam o tempo e permitiram aos marinheiros saber que ao regressaram tinham ganho 24 horas na sua volta ao Mundo.
Comprovada esta constatação permitiu que mais tarde fossem criados os fusos horários.
Pilotos e marinheiros desenhavam com maior ou menor precisão os lugares por onde passavam. 
Os cartógrafos melhoravam esses trabalhos e a cartografia melhorou muito Desde a Antiguidade que se sabia da esfericidade da Terra mas deve-se a Fernão de Magalhães a prova disso, e mais, foi aos seus marinheiros se ficou a dever o verdadeiro tamanho do Planeta pois nunca se imaginou que o Pacífico fosse tão grande e até a realidade cosmográfica se começou a desvendar com o conhecimento de novas estrelas e novas constelações, novos ventos o regime dos ventos.



 INSTRUMENTOS NÁUTICOS SÉC. XVI

 

Anteriormente ao séc.XV os povos marinheiros praticavam uma navegação de cabotagem em embarcações pequenas e frágeis.

Com os Descobrimentos e a exploração dos mares ciência de navegação e construção naval dá um grande pulo.

Surgem as Caravelas e logo a seguir as Naus.

Cientistas, de que destacamos Pedro Nunes, desenvolvem a orientação astronómica,  novos instrumentos e novas técnicas de navegação e construção de embarcações e a  cartografia  dá um pulo


Portugal à beira mar plantado, voltou-se para o mar e lançou-se na exploração marítima “dando novos mundos ao Mundo” no dizer do “poeta”

As caravelas embarcações rápidas de dois mastros e velas triangulares eram embarcações claramente talhadas para navegarem a favor e contra os ventos.

A acompanhar, os navegadores portugueses passaram a orientar-se pelos astros, uma vez que não tinham a orientação da linha de costa, e para isso desenvolveram instrumentos como o astrolábio e o quadrante. e foram os primeiros a saber exactamente onde estavam e por onde navegavam longe da costa

Esta tecnologia mudou o mundo da época, favorecendo a navegação para novos mundos. Assim, a época dos Descobrimentos  constituiu a passagem de um mundo a outro, com Portugal a ser pioneiro nessa revolução tecnológica.

Portugal lidera os avanços tecnológicos, construindo novas embarcações, aperfeiçoando instrumentos e dominando a natureza. Os contributos do nosso país para a botânica, medicina, astronomia, cartografia, matemática, geografia e antropologia são de primordial importância, estando na base de novas descobertas. Foi o impacto de toda esta inovação que transformou Portugal na principal potência marítima e económica do séc. XVI.

 O piloto, por sua vez, orientava o navio, viajando na popa com uma bússola, um astrolábio e um quadrante

 



 

 

 


  


AMPULHETA ou RELÓGIO de AREIA


1519

10 de Agosto Partida de Sevilha.

13 de Dezembro  -  Rio de Janeiro .

1520

10 de Janeiro - Cabo de Santa Maria - Uruguai.

03 de Maio - Nau Santiago afunda-se.

21 de Outubro - Descoberta da entrada do Estreito de Magalhães.

08 de Novembro - Rebelião da nau de Santo António que regressa a Espanha.

28 de Novembro - a Armada (agora de 3 navios) entra no Oceano Pacífico.

1521

13 de Fevereiro - Passagem do Equador.

16 de Março - Chegada às Filipinas.

27 de Abril - Magalhães e mais 6 companheiros morrem em combate em Mactan.

02 de Maio - A Nau Concepcion é incendiada por falta de tripulantes.

16 Setembro - Gonzalo Gomez Espinosa assume o comando da Nau Trinidad e Sebastian Elcano a capitania da Vitoria.

1522

25 de Janeiro - a Nau Vitoria deixa Timor regressa a Espanha pela Rota do Cabo.

06 de Abril - A Nau Trinidad tenta regressar a Espanha navegando pelo Pacífico, o que não consegue.

19 de Maio - a Nau Vitoria passa o Cabo da Boa Esperança.

06 de Setembro  - A Nau Vitoria chega a Sanlucar de Barrameda e a 8 de Setembro s Sevilha.

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  PORTUGAL E A VIAGEM 

1520

06 de Abril parte de Lisboa uma armada comandada pelo Capitão-Mor Jorge de Brito com a missão de interceptar Magalhães se e quando chegasse às Molucas.

1522

24 Outubro António de Brito prende os 17  tripulantes da Trinidad dos iniciais 55. Somente 4 regressam a Espanha em 1525. A Trinidad depois de abordada foi queimada nas Molucas.

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D. Manuel não andava distraído

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 Em construção VIAGEM CIRCUM-NAVEGAÇÃO 1519 -  1522     Em 1505, Fernão de Magalhães embarcou para a Índia na armada do Vice-Rei D. ...